sexta-feira, 17 de junho de 2011

ESSA É A CHARGE! CERTÍSSIMA.

domingo, 12 de junho de 2011

OPEN THE DOORS ! PARTE I

      Tchê!Sinceramente não sei por onde começar este digamos, desabafo, ou sei lá, denominem como quiserem, tanto faz, o que na verdade importa é que estou conseguindo falar,ou melhor, escrever alguma coisa antes de explodir de vez.
      Vou simplificar, estou com 42 anos, tá bom, mais para 43, e me sinto como se estivesse pelo menos o dobro desta idade, talvez pelo peso dos acontecimentos durante minha vida, ou pelo momento em si, só sei que o fardo está realmente pesado, e por minha desgraça, ao invés de tentar aliviar minha dor pedindo a Deus que me ajude, não, mergulho em meu orgulho nojento e medroso, fumo mas não rezo, brigo mas não amo, ou talvez tenha perdido a capacidade de amar, sei lá, quando a gente está em uma encruzilhada é assim mesmo, o fato é que quando você senta e pega uma caneta e papel na mão e começa a marcar os pontos positivos e negativos da vida não é brincadeira, vejam só, para exemplificar:
      - aos 17 anos descobri, através de uma carta escrita pela minha avó, que eu era adotado, sinceridade: uma facada que não cicatrizou até hoje, e acho que nunca irá. Me levou a rumos bem diferentes dos traçados, além de um tratamento eterno para síndrome do pânico, remédios e mais remédios.
      - aos 24 anos embarquei em um casamento fadado ao fracasso, fui porque quis, ninguém me obrigou, mas para dar uma mão meu primeiro filho Rodrigo (que estaria hoje com 18 anos), nasceu com um grave problema e veio a falecer logo em seguida, confesso aqui pela primeira vez, nunca falei isso a ninguém, jamais senti uma dor tão grande levando no colo aquele caixão branco para o cemitério, que Deus me perdoe, mas não desejo isso nem para o pior inimigo. Já que estamos às claras, para verem como não assimilei isso, até hoje não fiz a certidão de óbito dele, falha minha, que se dane, eu me recuso e pronto, não vou fazer, não quero, se a lei quiser me pegar, estou aqui, que venha.
      - Depois desta perda eu só tinha duas saídas, ou parar, ou tocar em frente sem parar e foi o que fiz, trabalhei como um louco e ganhei muito, mas muito dinheiro, cheguei bem lá em cima mesmo, o suficiente para saber que dinheiro é muito bom, mas não trás felicidade mesmo, pode até amenizar dores, mas felicidade não mesmo. E quando se está lá em cima, normalmente a gente esquece de Deus, se acha o todo-poderoso, e o Velinho puxa o tapete, de uma vez só, e lá estava eu, sem bens, sem dinheiro nem para comer, morando de favor com a sogra, coisa miserável. Não me dei por vencido, nunca tive medo de trabalhar e preservar o nome era fundamental, coisas herdadas do “seu “Garcia”, bah que falta me faz esse cara, e tinha dois filhos que precisavam de mim, não podia parar e não parei. Mas o casamento que já não era uma maravilha, se foi de vez. Certa noite,após uma discussão,peguei o carro e minhas roupas e ‘deu prá bola”, sofri que nem um cachorro, de saudades dos meus filhos, quantas noites chorando de saudades, que é pai ou mãe sabe do que estou falando, não existe amor mais limpo e sincero, mas de certa forma me orgulho de até hoje,não ter deixado de manter contado direto com meus filhos, saindo todos os finais de semana, pagando minha pensão e ajudando no que precisavam, me fiz um pai presente e me orgulho disso, aliás uma das poucas coisas de que me orgulho, mas isso ninguém pode falar de mim, sou um pai presente e amo meus filhos demais. Tenho que fazer aqui uma ressalva para dizer que, lógico que no começo não foi assim, mas a mãe deles também foi fundamental neste processo, conseguimos diferenciar em nossas vidas até aonde ia o papel de marido dela e o meu de pai, e a respeito muito por isso. Hoje já se passaram quase onze anos e a vida anda, querendo você ou não.
      - Durante este período acabei conhecendo minha família biológica, bem pertinho daqui, pai, mãe, irmãos, sobrinhos, cunhados e tudo que eu tinha direito, e eles são maravilhosos, amo a todos, mas também não foi fácil se adaptar a isso, mais um choque, porque eu não estava procurando por eles, foi como um sonho, minha ex-mulher, na época minha mulher descobriu aonde eles estavam e chegou em casa num fim de domingo e perguntou se ia queria conhecer minha família e disse que sim e lá fomos, parecia tudo um sonho.  Nesta época eu estava com 26 anos, portanto lá se vão 17 anos, e nesse meio tempo perdi meu pai biológico e depois minha mãe, é a coisa não é brincadeira.
E ainda tem muito mais pela frente, mas não estou mais afim de escrever hoje, cansei sei lá, outra hora continuo...